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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Tipo de táxis e o seu público-alvo


Segundo as recomendações estruturadas pela CEMT/IRU os serviços de táxis regulares podem dispor de dois modelos identificados que são:
·         Táxi do Tipo Um – Táxi acessível a cadeira de rodas, como veiculo capaz de transportar a maioria das pessoas que se deslocam em cadeira de rodas sem necessidade de saírem da sua cadeira.
·         Táxi do Tipo Dois – Táxi standard mas que beneficia de algumas aplicações para se tornar de fácil acesso a todas as pessoas, incluindo as pessoas idosas e as com deficiência/incapacidade; não poderá transportar utilizadores de cadeiras de rodas que não se transfiram para o assento do táxi.

O ideal e tendo em conta a realidade demográfica que a frota portuguesa tem, esta deveria tender naturalmente para uma generalização do Táxi Tipo Dois logo a sua renovação sistemática aquando dos processos de substituição dos veículos seria aconselhável. Esta solução é uma proposta que melhoraria em todos os aspectos a acessibilidade dos táxis, sem prejudicar retomas e sem acarretar custos excessivos já que as aplicações / adaptações são simples, podendo ser mais dispendiosas as que incidam na articulação / movimentação do banco traseiro ou dianteiro por forma a permitirem a sua manobra em altura e lateralmente. 
Estas modificações só beneficiam o público-alvo dos táxis acessíveis que são pessoas com mobilidade reduzida, quer sejam portadoras de qualquer tipo de deficiência (motora, visual, cognitiva) ou até mesmo idosos.

Táxi Acessível em que consiste?


   Normalmente existem muitas dúvidas sobre o significado destes táxis, quais são a suas características, para que situações estes estão adaptados etc..
            Encontramos algumas questões predominantes colocadas pela população com mobilidade reduzida que vamos passar a citar e que ao longo do texto de hoje vamos esclarece-las, tanto estas como muitas outras:
1-      Sou portador de uma deficiência motora e utilizo cadeira de rodas. Se viajar de táxi sou obrigado a efectuar algum pagamento pelo transporte da cadeira?”
2-      “Sou deficiente visual e faço-me acompanhar de um cão guia. Se utilizar táxi o cão pode também ter acesso ao táxi? em, caso afirmativo, sou obrigado a efectuar algum pagamento pelo transporte do animal?

Em forma de resposta damos-vos a conhecer, leitores deste blog algumas das regras do táxi para pessoas com mobilidade reduzida em que por exemplo:

- É obrigatório o transporte de cães guia de passageiros invisuais e de cadeiras de rodas ou outros meios de marcha de pessoas com mobilidade reduzida, bem como de carrinhos e acessórios para o transporte de crianças;
- Tanto o transporte de cães guia como a necessidade de usar o porta-bagagem ou a grade do tejadilho para transporte de cadeira de rodas ou outro meio auxiliar de marcha não implica qualquer custo suplementar. No primeiro caso o estatuto de cão guia deve ser certificado por cartão próprio e um distintivo, passados por um estabelecimento idóneo que ateste o adestramento do animal;
- Podem ser licenciados táxis para o transporte de pessoas com mobilidade reduzida, desde que devidamente adaptados, de acordo com regras a definir por despacho do director-geral de Transportes Terrestres.

            Outro ponto fulcral além das regras dos táxis acessíveis, é a formação dos taxistas que conduzem este tipo de táxis e é dever destes motoristas:
            - Auxiliar os passageiros que careçam de cuidados especiais na entrada e saída do veículo;
            -Transportar bagagens pessoais, nos termos estabelecidos e proceder a carga e descarga, incluindo cadeiras de rodas de passageiros deficientes;
            -Transportar cães-guia de passageiros cegos e, salvo motivo atendível, como a perigosidade e o estado de saúde ou higiene, animais de companhia, devidamente acompanhados e acondicionados.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"História dos Táxis Acessíveis em Portugal"

   Foi na década de 90 que em Portugal começou a existir algum tipo de interesse sobre o tema de táxis acessíveis. Através do aparecimento de um conjunto de leis que embora ainda não fossem em número suficiente, já vinham em boa altura para se tentar um desenvolvimento de um projecto desta envergadura.

    Projecto este que apenas se resumiu a uma pequena frota de 11 táxis de tipo inglês, que serviam uma área predominante no sul do país como por exemplo Lisboa, Algarve e Alentejo.

    O atraso do nosso país relativamente a este tema não era deveras preocupante, pois em termos comparativos com o nosso país vizinho, apenas estávamos atrasados uma década visto que foi em 1980 que se iniciou a rede espanhola de táxis acessíveis.

    Actualmente já temos razões para ser mais pessimistas, pois no país vizinho existem cerca de 3 mil táxis adaptados ao transporte de pessoas em cadeira de rodas, ao inverso de Portugal que ainda só teve a tentativa fracassada referida anteriormente.

    Neste momento o número de táxis acessíveis em Portugal deveria de ser 600, isto se formos a comparar em termos populacionais os dois países. Visto que ate a partida apenas se conhecem a existência de 3, (Maia, Valongo, Famalicão) e se nos auto intitulamos um país moderno e dedicado ao turismo como os “nuestros hermanos” ainda temos muito que batalhar, sendo este apenas um exemplo de que vale apena investir nesta área.

    O fracasso desta tentativa de implementação de táxis acessíveis em Portugal na década de 90 teve inúmeras razões tais como:

    -Os veículos em questão eram do tipo inglês ou seja de elevada cilindrada, o que levava a um acréscimo de custos, tanto do preço base como no consumo de combustíveis;
    -Área geográfica servida irregular, má distribuição destes, agravada pela falta de informação quanto à existência destes e ainda não servia os potenciais mercados como por exemplo aeroportos, hospitais, hotéis, etc);
   -A inexistência de um sistema de telecomunicações que melhorasse a procura e controlasse a gestão económica das deslocações;
   -Benefícios fiscais em nada estimulantes que equilibrassem os acréscimos de custos e falta de incentivos ao uso do táxi junto do público-alvo (táxi – card, subsidio para transporte em táxi, etc.);
   -Inexactidão quanto ao uso variado por parte de todos os potenciais clientes isto é, os clientes não deficientes preteriam, com algum constrangimento a utilização dos veículos adaptados a deficientes e que possuíam a polivalência de transporte de qualquer pessoa.

    Desde a década de 80 observou-se um aumento de oferta, que agregado ao medo do lançamento de novas licenças pudesse esconder meios ilícitos de aumento dos efectivos das frotas, que por consequência dificultou a inserção destes táxis.

    Além dos factores acima referidos, que agravaram a implementação deste projecto, acresce a mentalidade da população portuguesa, de então, que tinha uma forma peculiar de olhar para a sociedade das pessoas com deficiência/incapacidade, que nem sempre era benéfica na integração desta, mas que pelo menos hoje em dia mudou para melhor como todos os leitores/seguidores podem corroborar.

    Em suma, estamos perante uma enorme “deficiência” na capacidade de resolução social dos problemas das pessoas efectivamente com deficiência!

"Ordem de trabalhos"

   Para todos os leitores/seguidores deste blog terem uma melhor perspectiva dos assuntos que vão ser abordados durante os próximos tempos passamos a citar a ordem de ideias de trabalho que estabelecemos:

    1º- Inicialmente iremos abordar a história dos táxis acessíveis em Portugal ou seja falar da tentativa fracassada dos anos 90 da implementação destes no nosso país.

    2º- Em que consiste este táxi e respectivas características.

    3º- Os vários tipos de táxis categoria 1 e 2 e o seu público-alvo.

    4º- Os seus regulamentos ou seja tabelas de normas que são impostas por lei para a criação destes táxis (licenciamento), dividido em duas partes.

    5º- Dar a conhecer a todos os leitores/seguidores, os táxis adaptados conhecidos em Portugal e os que descobrimos ao longo da formação deste blog.

    6º- Análise ao comunicado do Presidente da ANTRAL, Florêncio Almeida a 22 de Agosto de 2008, dividido em duas partes.

    7º- Após o conhecimento sobre táxis existentes em Portugal iremos realizar trabalho de campo, ou seja ir ao encontro destes taxistas e questiona-los, sobre as suas necessidades, o que podia ser melhorado em sua opinião em relação a este tema e confronta-los com o comunicado do Presidente da ANTRAL.

    8º- Como não poderíamos deixar em esquecimento, iremos ainda dialogar com os principais interessados nesta matéria ou seja o público-alvo destes táxis acessíveis, as pessoas com mobilidade reduzida, vamos ouvir as suas necessidades, o que poderia ser melhorado em sua opinião em relação a este tema e ainda ouvir a sua reacção ao comunicado feito pelo presidente da ANTRAL.

    9º- Para finalizar nós fundadores deste blog, em jeito de conclusão iremos elaborar um texto do que em nossa opinião poderia ser melhorado, consoante o que formos aprendendo com este trabalho.

"O táxi especial"

    Actualmente é reconhecido a nível mundial que é primordial a utilização do táxi para transporte de pessoas com mobilidade reduzida, sendo evidente e prova disso são as medidas legislativas que ao longo destes últimos anos vários países têm tomado, de forma a garantir a facilidade de transporte para todo e qualquer cliente.

    O nosso objectivo é dinamizar com este blog, o tema Táxi Acessível, com destaque para a promoção dos táxis a operar em Portugal.

    A ideia surgiu de um professor, de nome Benjamim Fonseca, do curso de licenciatura em Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas, curso este que nós, João Martins, Rui Pereira e Daniel Pereira, fundadores deste blog, frequentamos na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

   Além do objectivo deste blog, que é chegar com todo o tipo de informação sobre táxis acessíveis, ao seu público alvo, deficientes, idosos, também ao impulsionadores destes táxis ou seja os próprios taxistas e ao restante público, este vai funcionar como avaliação para uma disciplina de segundo ano do nosso curso, denominada Aplicações Telemáticas para a Inclusão.

    Por isso estejam atentos pois em breve vamos divulgar o fruto do nosso trabalho. Esperamos que gostem e não hesitem em deixar a vossa opinião através de comentários aqui no blog ou através do e-mail blogtaxiacessivel@gmail.com
    Até breve :)